Crônica com a existência

As vezes me pergunto se eu, com todos os incorrigíveis erros e abismos de duvidas, posso me deixar ser feliz e me afirmar que todas as adversidades são imensamente pequenas em relação ao meu desejo de me ver bem. É fato que a felicidade não é constante, ante toda inquietude da humanidade é compreensível nossos momentos de pavor e solidão. A questão é: viveremos sujeitos ao fracasso com a escolha de tentarmos ou simplesmente nos coibiremos de tal tentativa pelo medo da derrota?

Já estamos derrotados, ainda assim é lamentável que desistamos da busca pela paz, por sermos covardes para assumirmos e aceitarmos a vida como dada por fracassada tão facilmente. Por inúmeras vezes nos colocamos abaixo do que de pior oferece o mundo, impedindo a nossa miserável e passageira felicidade. Nossa maior covardia é nos entregarmos à morte sem nos entregarmos à vida.

Nos privar do risco é negar a existência, é preciso arriscar para que se tenha uma verdadeira vida, caso contrário é rejeição à própria essência. A vida que de fato vale a pena é compreendida como já derrotada pela morte, mas não entregue. É preciso resistência.



-Turim

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