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Escuta

Escuta! Este é um poema. Não fala de amor, Não fala de fé, Não fala dos meus sonhos Ou dos sonhos de um alguém qualquer que se deixou levar ao vento, destruindo todas as expectativas da vida. Não fala de paz, Nem do silêncio que se faz quando me deparo no espelho. Eu e eu, e agora? Campilho dizia, Tinha razão ao definir como o maior dos silencios o encontro conosco. Mas, escute lá. Este é um poema E não fala de dor, Nem de uma crença qualquer. Não fala de Deus, Nem do homem. Não fala das folhas de outono, Ou da chuva que destrói moradas construídas pelo suor dos trabalhadores. Escute só, isto é sério. Enquanto cresciamos discutindo se medicina ou engenharia, Milhares de poetas foram perdidos no tempo , ninguém os conhecia e nunca fizeram questão de conhecer A mais bela arte de traduzir sentimentos que só eles sabiam fazer. Então, escuta-me: Este é um poema, Trata-se de mim Este é meu poema. Este é um poema e talvez não saibamos ao certo o que é, Mas não é simples, Não é imenso, Não é d

Afastar-se da morte significa compreendê-la

P elos doze ou treze anos há de se perceber a morte, pela dor ou desejo dela, mas há de se perceber. Então, há de se perceber que não adianta fugir, a morte é um fim inevitável. Há também de se pensar uma forma de afastar-se e chegamos a simples e espantosa conclusão: não há forma de afastar-se da morte. Então, encaramos a fatal realidade de que a vida é extremamente curta  e inconstante. Talvez pelos quinze ou dezesseis há de se pensar que não é tão ruim assim, a ideia de morte chega a te atrair um pouco. Há de se notar que não é necessário fugir dela, e temos o péssimo hábito de acharmo-nos dignos à morte. Mesmo assim, a ideia de morte nos parece ainda meio estranha. Depois de um tempo ou de algumas tentativas, percebemos que afastar-se da morte é simplesmente compreendê-la, deixando-nos livres para viver. A compreensão de morte é, na verdade, entender a existência, percebermo-nos como seres finitos. Notamos que é inútil termos medo da morte, mas isto não nos dá permissão ou dire

Crônica com a existência

A s vezes me pergunto se eu, com todos os incorrigíveis erros e abismos de duvidas, posso me deixar ser feliz e me afirmar que todas as adversidades são imensamente pequenas em relação ao meu desejo de me ver bem. É fato que a felicidade não é constante, ante toda inquietude da humanidade é compreensível nossos momentos de pavor e solidão. A questão é: viveremos sujeitos ao fracasso com a escolha de tentarmos ou simplesmente nos coibiremos de tal tentativa pelo medo da derrota? Já estamos derrotados, ainda assim é lamentável que desistamos da busca pela paz, por sermos covardes para assumirmos e aceitarmos a vida como dada por fracassada tão facilmente. Por inúmeras vezes nos colocamos abaixo do que de pior oferece o mundo, impedindo a nossa miserável e passageira felicidade. Nossa maior covardia é nos entregarmos à morte sem nos entregarmos à vida. N os privar do risco é negar a existência, é preciso arriscar para que se tenha uma verdadeira vida, caso contrário é rejeição à própr

Martírio

S aindo de mim tudo sai péssimo. Tudo o que faço, desfaço por medo ou ódio. Não. Ódio é uma palavra muito forte, até ontem não o sentia. O que digo é que não se sente o passado, portanto o ódio presente já não me possuirá amanhã, então direi novamente que até ontem não o sentia. O fato é que sinto, não mais pelo mundo ou do mundo, mas de mim, mais de mim do que do resto. Tudo ao meu redor é passageiro e facilmente substituído, menos eu. Por isso minha angústia. O mundo me assusta, me esmaga, me enquadra, julga. Mas eu, eu me mato, me torturo, me bato, me saboto. O que de mais importante cuido é curto, vai embora sem que eu perceba. O que merecia minha paixão integral, que dou ao mundo, sou eu. Mas, que imbecilidade: eu que me aguento todos os dias, me mato diariamente e me afogo cada vez mais em um poço de mágoa e ódio próprio e o mundo, que de tudo faz para me inferiorizar, recebe de mim o amor mais ingenuo e puro que existe. Entrega? Não. Não se trata de um amor que se entrega, que

A existência finita racional

H oje eu não pretendia muita coisa, somente horas e mais horas tediosas e pouco memoráveis. Parecia-me conveniente passar o dia na cama, sem grandes ou pequenas realizações. Um dia se passa e nós, como bons humanos, esperamos incansavelmente pelo próximo, nos iludindo com a falsa sensação de que algo memorável acontecerá...no próximo. É complicado imaginar a vida na nossa finitude, algo que por acaso, ou não, deixa de existir e que apenas por instantes nos pertence, pois é constantemente apenas uma possibilidade. Apesar das muitas crenças, a única certeza que temos é a morte, porque a vida acaba e sem explicações, sem desculpas e despedidas. Vida de inúmeras interrogações e complexidade tremenda, esta é a nossa finitude, nossa existência. Compreender a existência é simplesmente entender o agora como um possível fim. Logo, compreender a morte é compreender a vida. São tantas questões e por tantas vezes nos perdemos tentando enformar como se vive, talvez nunca chegaremos ao níve

Ellen Cá- 01/06

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